A REVOLUÇÃO CONTEMPORÂNEA EM MATÉRIA DE COMUNICAÇÃO

Contextualização: breve história do espaço humano( unidade original, dispersão e primeiros agrupamentos neolíticos)

A reconexão da humanidade e a revolução contemporânea das comunicações

No fim do século XV acontece a terceira grande ruptura que ainda não terminou, devido as mudanças que sempre estão acontecendo, principalmente as tecnológicas. Esta terceira mudança é acompanhada dos números de revoluções na demografia, economia, política, no habitat e nas comunicações.

Grande parte da população vivia no campo. Com a Revolução Industrial tudo muda, nos forçando a uma revulução informacional contemporânea. A humanidade necessitava se locomover, devido a todo o desenvolvimento da informação que só crescia, e cresce até hoje. O progresso dos transportes e de comunicação é o que motiva este relacionamento generalizado. A imprensa evolui, e com isto a necessidade de informação cresce. O telégrafo, o carro, o rádio e a televisão são grandes aliados desta revolução. Com o surgimento da internet e do celular, devido a mobilidade física que eles proporcionam, acontece sem dúvida o aperfeiçoamento das comunicações. Com eles, posso obter matérias vindo de toda a parte do mundo, que gera uma inteligência coletiva dos mais diversos povos.

O espaço elástico

A humanidade forma novamente uma só sociedade “elástica”. Por que? Com as tecnologias de hoje, é possível estar em vários lugares ao mesmo tempo. Podemos obter informações de vários continentes, sem necessariamente estar neles, tudo via internet ou telefone, por exemplo. A cada novo surgimento de dispositivo de transporte, modificamos o nosso espaço físico, isto é, as proximidades afetivas.

Conflitos e poderes

Este tema nos propõe o seguinte pensamento: “ todas as guerras por vir, serão guerras civis, pois não se trata mais da conquista de um espaço, uma vez que a internet não limita fronteiras. O conhecimento é a chave de tudo. A ascensão de modos de comunicação descentralizados e incontroláveis pelo poder político (telefone, fax, fotocopiadoras, computadores, impressoras, televisão por satélite etc;) reduzil-se consideravelmente a influência deste sobre a sociedade . A melhor forma de manter uma coletividade não é mais construir, manter ou ampliar fronteiras, mas alimentar a abundância e melhorar a qualidade das relações em seu próprio seio bem como com outras coletividades.

A supremacia militar, o poder econômico e o brilho cultural estão diretamente relacionados com a capacidade de controlar os fluxos de informação, de conhecimentos, de dinheiro e de mercadorias.

O ciberespaço e as suas implicações sociais

Não devemos entender que com o ciberespaço, teremos mais igualdade entre a população. De fato, diminuímos barreiras e distâncias, mas nada que faça esta igualdade acontecer. É necessário entender que haverá cada vezs menos excluídos. Porém reforça-se a centralidade dos centros intelectuais, pois há a troca de conhecimentos e democracia mais participativa. Porém existe um paradoxo, pois com esta evolução, quem não a acompanhar pode se considerar um excluído, assim como aconteceu com o surgimento do alfabeto: quem não é alfabetizado, logo é analfabeto, causando uma exclusão natural.

Desintermediação e irresponsabilidade

A comunicação interativa e coletiva é a principal atração do ciberespaço! Por este motivo, não temos como decifrar se uma informação que foi postada é verdadeira ou não, porém todas as postagens são em sua maioria assinadas, mas devemos nos certificar de sua veracidade, pois todos temos liberdade de expressão e podemos falar sobre o que bem entendermos, sem a necessidade de passar por um revisão ou algo parecido.

A página, o camponês e o pagão

Página, vem do latim: pagus, que significa o campo do camponês. A página imita o território, com o seu proprietário, o autor, as suas fronteiras ou os seus limites. As linhas assemelham-se aos sulcos e o escriba semeia aí signos cuneiformes que esperarão a colheita da leitura.

Como se trata de um espaço não territorial, a superfície não é aí um recurso raro. Os que ocupam muito espaço na internet nada tiram dos outros, pois sempre há mais lugar. Todo mundo terá o seu campo e todos os campos confluem.

Fonte: Revista FAMECOS - Porto Alegre - n. 9 dezembro de 1998